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domingo, 24 de julho de 2011

Tanga

Havia o que se via
e o que não se via: a manhã luminosa
encobria a treva abissal e velha dos espaços.
O mar batia em frente à Farme de Amoedo e ali
na areia a gente mal o ouvia se o ouvia. E era então que ela súbito surgia
rindo entre os cabelos
a raquete na mão
e se movia
ah, como se movia!
E nessa translação nos descobria
suas fases solares:
o ombro
o dorso
a bunda
lunar?
estelar?
a bunda
que (sob uma pétala de azul)
celeste me sorria.

Ferreira Gullar

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