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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Vamos ao Teatro?

Casa de classe media. 22:30h. Roda de amigos. Todos bebem alegrementea sobra de champanhe da ultima festa da empresa de Melquesalém, atéque José Carlos puxa um assunto que não tem nada ha ver com o quetodos falavam até então.Até aquele momento já haviam falado sobre a Mulher Melão. Sobre oaumento de impostos. Sobre a novela dos fantasmas. Sobre a quantidadede pelos pubianos de determinada atriz que posou na “Só Boazudas “.Enfim… assuntos não faltavam. mas lá vai José Carlos e seus assuntos… José Carlos -Em que mês nós estamos? Tania - Novembro. José Carlos - Quase é o fim do ano. Voces já foram ao teatro esse ano? Tania - Não. Teatro é muito chato e cafona. Meirelles - Não. Só tem peça ruim. Dos Santos -Não. Não achei nenhuma por esses tempos com ator que faz novela. Janaina -Não. A ultima peça do meu primo que fui ver jogaram água nomeu cabelo e eu tinha acabado de fazer escova progressiva. Ivan -Não. A Ultima peça que fui ver só tinha palavrão. Melquesalem -Não. A unica peça que eu vi, tinha um cara nu, que tomavauns tapas na cara de uma atriz com cara de maluca e no fim aindafizeram piada da minha careca. Neste momento sem muito pensar e já se arrependendo do que ia dizer, José diz: José Carlos – Tá vendo ai, quantas sensações diferentes o teatroprovocou em voces. E Após uma pequena pausa a sala estourou numa saraivada de gargalhadase comentários jocosos com relação a frase recem escutada.José, que agora se resumia a um Zezinho, levantou-se e foi em direçãoao balde de champanhe. Encheu sua taça, enquanto ouvia Janaina dizer:Ele só fala essas coisas porque na faculdade ele fazia aqueles textosengajados do Brecht, é um ator frustrado.Comeu um pedaço do sanduiche a metro que agora poderia ser rebatizadode sanduiche a centimetro e pensou: Como é que eu vou conseguirexplicar a eles o que o teatro me deu. Como vou dizer que vendo “NovasDiretrizes para tempos de Paz “ eu me tornei um ser humano melhor. Queeu me diverti e relaxei vendo tantas comédias que nem consigo citarapenas uma. De onde tirar argumentos para dizer o quanto aprendi erefleti com tantas peças do Bando de Teatro, do Teatro, do Oficina, Napraça Roosevelt, ou até mesmo nos festivais de teatro que eu pude ir.Será que eles entenderão que eu queria ser o Milton de Souza depoisque eu o vi apenas uma vez numa montagem do “Rei Lear” , no dia 27 deabril de 1997,na cadeira p17 do Teatro Vila Alves. Como revelar queaté hoje sou apaixonado pela Léa Bulbul que fazia a Dandara naquelamontagem de “Fausto e Dandara”.José sabia da inconstância do teatro, da tendência do público nos seusgostos, mas mesmo assim, após comer os farelos do pão ele tomou umadecisão: Quando sair o meu salário eu vou comprar ingresso para todosirem ver a nova montagem de Galileu Galilei que estreou semanapassada.Virou-se e puxou outro assunto, para ele menos polêmico. José Carlos – E ai turma, qual foi o último filme nacional que vocês viram?

Lázaro Ramos

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